domingo, 27 de dezembro de 2015

Homem trans e negro nas trincheiras do cotidiano.

Em entrevista à Fórum, o escritor e ativista Marcelo Caetano fala sobre a experiência de ser um homem trans e negro: “Ser reconhecido como homem é algo que me deixa satisfeito, mas agora as pessoas me veem como um perigo”.
Por Jarid Arraes

É muito difícil abarcar toda a complexidade de quem vivencia discriminações em sociedade; sobretudo porque ninguém é apenas uma coisa nem possui apenas uma face de sua identidade. Pelo contrário, há cada vez mais a necessidade de se falar em intersecionalidade nos movimentos sociais, promovendo uma maior conscientização a respeito de experiências mais específicas. Dessa forma, a experiência de ser um homem negro ganha nova profundidade quando o referido homem é trans.
O escritor e ativista Marcelo Caetano sabe disso muito bem. Em entrevista à Fórum, Caetano compartilhou algumas de suas ideias sobre questões raciais e de gênero:
Fórum – Na sua experiência, o que emergiu primeiro em sua identidade: a compreensão a respeito das questões de gênero ou a compreensão sobre as questões raciais no Brasil?
​Marcelo Caetano - A questão racial sempre esteve presente, afinal de contas, eu sempre fui negro. Cresci em uma região periférica de Santos​, cresci na rua e, junto com as outras crianças, fazia coisas como guardar carros e engraxar sapatos. Era curioso, porque eu era uma menina, normalmente no meio de um monte de meninos, mas isso me era muito útil. Nessa de engraxate, mesmo, eu ganhava bem mais dinheiro do que os outros meninos, porque as pessoas achavam graça de uma menina que engraxava sapatos tão bem. Nessa época, não tinha noção alguma sobre questões de gênero; hoje, olhando pra trás, consigo identificar vários processos e sentimentos que apontavam para a questão trans, mas eles simplesmente não tinham nome e eu só seguia a vida normalmente.
A primeira vez que ouvi falar em transexualidade, tinha 18 ou 19 anos. Foi numa aula na faculdade (eu fazia Direito na UFPR) e, de repente, tudo meio que fez sentido. Fui buscar mais informações e alguns meses depois decidi que era isso mesmo que queria. Mas, veja, eu já tinha 20 anos quando comecei o processo de transição. Então, por 20 anos da minha vida fui visto como uma menina e mulher negra e isso teve consequências muito práticas no meu cotidiano, especialmente na infância; a rua pode ser um ambiente bastante difícil para as meninas negras, há exposição a diversos tipos de violência.
Fórum – Como foi o seu processo de compreensão e identificação enquanto homem trans e negro? São experiências que andaram separadas?
​ Caetano – Por algum tempo, fiquei bastante focado ​em pensar só na questão trans; era um mundo novo que se abria e eu tinha mesmo um monte de coisas para descobrir, pensar e resolver. Mas assim que comecei a ser reconhecido como homem em espaços que iam para além das minhas relações pessoais (no ônibus, na padaria), a questão racial foi se tornando inevitável. Acho que dois momentos foram cruciais nesse processo: quando eu ganhei barba e quando deixei o cabelo crescer. A barba se mostrou como o signo que não deixa dúvidas, uma pessoa de barba é sempre um homem! Então, quando comecei a ter barba, em nenhum lugar as pessoas erravam os pronomes ou indagavam sobre minha identidade de gênero (mas lógico que quando se tem algum documento a ser apresentado, o problema se torna outro).
O processo do cabelo também foi muito importante. A primeira coisa que fiz ao começar a transição foi cortar o cabelo. Eu tinha um cabelo realmente enorme e, para mim, era bastante simbólico me livrar dele, ter um cabelo curto era uma marca importante da minha masculinidade. Mas resolvi deixar o cabelo crescer e comecei a usar black, o que se tornou uma marca da minha negritude. Temporalmente, esses processos (a barba e o cabelo) aconteceram meio que juntos e eu pude perceber a mudança ao andar na rua: as pessoas atravessam [a rua], os táxis não param, as mães trazem as crianças para mais perto.
Não tive como me tornar um homem e, depois, me tornar um homem negro; acho que as duas coisas aconteceram juntas, mas é um processo muito louco mesmo. Uma coisa é me reconhecer enquanto um homem negro (algo que eu fazia desde que me entendi como trans), outra coisa é perceber que todo mundo me reconhece assim, mas que só sou capaz de perceber esse reconhecimento porque passo a ser uma ameaça. Então, ao mesmo tempo em que, para mim, isso é algo que me deixa satisfeito, ser reconhecido como homem, também é algo que me deixa incomodado; afinal, as pessoas agora me veem como um perigo. Antes de ser um homem negro, eu só sabia teoricamente o que era ser um, mas viver na carne é outra experiência.
Fórum – Com relação aos espaços de ativismo, você consegue identificar racismo no movimento trans ou transfobia no movimento negro? Você faz parte de algum movimento organizado?
Caetano - Sem dúvida, há racismo nos espaços trans e transfobia nos espaços negros, pois as duas violências são estruturais e se manifestam em todas as relações sociais. Essa é uma das coisas que me fazem ter certa dificuldade de militar em movimentos organizados. Já passou demais da hora dos movimentos perceberem que há diversos corpos que articulam em si mais do que uma única identidade.
De maneira geral, recentemente algumas militâncias têm discutido mais a questão da interseccionalidade, mas ainda não é suficiente, especialmente porque não vejo essas discussões reverberando nas práticas. E isso vai desde as práticas diárias e cotidianas dos movimentos até a hora em que se encontram em espaços oficiais de deliberação. Falta muita autocrítica e um pouco de humildade pra perceberem que precisamos rever nossas pautas e agendas programáticas para dar conta de outros corpos que se apresentam com questões tão legítimas quanto as nossas. Então, quando você é um corpo com múltiplas identidades políticas, é bastante difícil encontrar um espaço que realmente dê conta de tudo aquilo que você carrega, ou mesmo que esteja disposto a fazê-lo. Acho que é por aqui que podemos começar a consertar as coisas, nos dispondo a ouvir os nossos que também são outros.
Fórum – Como tem sido a experiência da militância para você?
Caetano - A militância acabou sendo um caminho meio que inevitável, mas foi também uma escolha. Já senti na carne diversas opressões, racismo e transfobia, mas também sexismo, classismo e mesmo lesbofobia; sempre me vi em locais de fala subalternizados, então não parecia haver muitas opções. Por isso, digo que foi inevitável. Mas foi também uma escolha, porque é um processo exaustivo. Primeiro que nem sempre é fácil assumir publicamente, sem restrições, que se é uma pessoa trans. Nunca escondi de ninguém, mas as pessoas tendem a achar que isso dá a elas o direito de fazer qualquer pergunta, a qualquer momento. Sou abertamente trans, pois esta é também uma identidade política e identifico a importância de se colocar assim no mundo, mas não significa que esteja aberto a discutir com todo mundo a minha vida íntima. E também porque o cenário político anda bastante complicado; é preciso ter muita convicção do que se defende para manter o ânimo.
Fórum – Você poderia elaborar a importância de se abordar as questões raciais no movimento trans e as questões de gênero no movimento negro?
Caetano - Raça e gênero são categorias elementares da estrutura social, que precisam ser sempre pensadas, em todos os contextos. Ser uma pessoa cis negra não é o mesmo que ser uma pessoa trans negra. Ainda que a raça seja um elemento comum, essa outra distinção (entre cis e trans) posiciona os sujeitos em lugares diferentes.
Acho que todos os movimentos tendem a centralizar a identidade que os mobiliza, o que é normal. O problema é quando essa centralização serve para operacionalizar o apagamento de outras especificidades. No movimento LGBT, as orientações sexuais e identidades de gênero é que estão em jogo, mas nenhuma dessas coisas pode ser pensada sem considerar a raça, a classe, as capacidades físicas, porque há sujeitos que carregam em seus corpos diversas dessas marcas e sempre ao mesmo tempo, tudo junto e misturado. Eu simplesmente não posso escolher entre ser trans quando estou no movimento LGBT e negro quando estou no movimento negro; não tenho condições de pensar em raça sem pensar em gênero, porque essas duas questões são elementares na minha vida, organizam minha percepção de mundo e estão inscritas em todas as minhas experiências: sou sempre trans e negro. Mas, por diversas vezes, os movimentos tendem a esquecer disso.
Ainda tenho muito dificuldade de pautar as questões trans no movimento negro, talvez porque nossas demandas sejam sempre tão urgentes, sempre de vida e morte. Sinto uma resistência grande das pessoas para entenderem a importância da questão trans. Só que não dá mais pra ignorar. Por exemplo, discutimos muito o encarceramento da população negra (em especial dos homens negros), mas ainda não vi nenhum debate realmente profundo do movimento negro que se disponha a pensar a articulação dessa pauta com as identidades trans, o que se faz urgente, pois o encarceramento para a população trans tem um significado bastante específico, uma violência que se manifesta de forma brutal e no sentido sempre da eliminação de nossa identidade trans. O caso da Verônica Bolina está aí pra jogar isso na nossa cara de uma vez por todas.
Fórum – Na sua experiência pessoal, como as situações de transfobia e racismo se relacionam?
Caetano - A transfobia e o racismo estão sempre presentes. Há poucas coisas na nossa sociedade (se é que há alguma) que não estão organizadas a partir da perspectiva cis e da perspectiva branca​, mas muita coisa tem mudado desde que passei a ter um maior reconhecimento da minha identidade masculina. Afinal, ser homem vem com alguns privilégios. Então, no início da transição, o que ocorria eram mais manifestações de transfobia, as piadas, pessoas errando o nome, fazendo graça da minha voz fina ou da minha cara de menino pela ausência de barba.
​Depois, quando passei a ser visto sempre como homem, o racismo se fez mais forte e tornou a violência mais cotidiana. Porém, tenho muita dificuldade de sinalizar em que ordem essas opressões acontecem. Acho que nos lugares em que hoje eu acesso alguns privilégios masculinos, o racismo vem primeiro, pois, diversas vezes, eu sou visto apenas como um homem negro e não como um homem trans negro. Ao mesmo tempo, já sofri agressões físicas que se deram em razão da minha transexualidade, mas que foram fortemente marcadas pelo racismo. O ponto é que, sendo identificado como homem, a transfobia muda bastante as suas práticas e, por isso, a questão da raça parece ficar mais evidente. Mas acaba que racismo e transfobia se retroalimentam, de modo que cada tipo de violência adiciona especificidades ao outro.
Fórum – Como você se posiciona no mundo quanto às suas identidades?
Caetano - É muito difícil se posicionar no mundo quando se carrega diversas identidades. Como já mencionei, apenas um quinto da minha vida foi vivida como um homem; no restante, me identifiquei e fui identificado como uma mulher negra e, ainda, por algum tempo, como uma mulher negra lésbica. Hoje, sou visto como um homem negro, mas as experiências que vivi sendo reconhecido de outra forma não simplesmente se apagaram; elas não deixaram de existir e são cruciais para quem eu sou hoje. Mas preciso identificar meu local de fala atualmente e esse não é um processo simples.
Ainda tenho uma dificuldade grande de discutir e pensar a masculinidade negra, pois essa nunca é pensada fora do padrão cisnormativo e isso muitas vezes me deixa em um vácuo de referências, onde o único ponto de apoio sou eu mesmo. Enquanto homem trans, também não posso me furtar a reconhecer alguns pequenos privilégios que surgem quando minha aparência física denuncia ali apenas mais um homem, mas também não posso permitir que todas as minhas outras vivências sejam apagadas, como se elas não tivessem se dado com este mesmo sujeito que sou eu. Esse privilégio é também bem específico e pontual; afinal, minha identidade trans é uma realidade, ainda que, hoje, pareça menos identificável.
Enfim, gostaria apenas de dizer que se entender enquanto um homem trans negro traz uma série de desafios às minhas práticas cotidianas, mas também um monte de aprendizados e possibilidades de existir no mundo de uma forma revolucionária.
Fonte: Revista Forum

Com mais de 600 mortes em seis anos, Brasil é o que mais mata travestis e transexuais.

Os números podem ser ainda maiores já que, segundo ativistas e especialistas na questão de gênero, os casos de violência contra travestis e transexuais são subnotificados
Por Marieta Cazarré, da Agência Brasil
O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no país, segundo pesquisa da organização não governamental (ONG) Transgender Europe (TGEU), rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero.
“Infelizmente, são pouquíssimas [transexuais e travestis] que conseguem passar dos 35 anos de idade e envelhecer. Quando não são assassinadas, geralmente acontece alguma outra fatalidade”, conta Rafaela Damasceno, transexual que luta pelos direitos dessa população.
Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil, publicado, em 2012, pela Secretaria de Direitos Humanos (hoje Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos) apontou o recebimento, pelo Disque 100, de 3.084 denúncias de violações relacionadas à população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros), envolvendo 4.851 vítimas. Em relação ao ano anterior, houve um aumento de 166% no número de denúncias – em 2011, foram contabilizadas 1.159 denúncias envolvendo 1.713 vítimas.
Segundo o relatório, esses números apontam para um grave quadro de violência homofóbica no Brasil. “Foram reportadas 27,34 violações de direitos humanos de caráter homofóbico por dia. A cada dia, durante o ano de 2012, 13,29 pessoas foram vítimas de violência homofóbica”, diz o documento.
O relatório mostra que, em 2012, 71% das vítimas eram do sexo masculino e 20% do sexo feminino. Algumas vítimas não declararam sexo.
As violências psicológicas foram as mais reportadas, com 83,2% do total, seguidas de discriminação, com 74,01%; e violências físicas, com 32,68%.
Entre as violências físicas, as lesões corporais foram as mais reportadas, com 59,35%,  seguidas por maus-tratos, com 33,54%. As tentativas de homicídios totalizaram 3,1%, com 41 ocorrências, enquanto assassinatos contabilizaram 1,44% das denúncias, com 19 ocorrências.
Além dos dados coletados no Disque Direitos Humanos (Disque 100), o relatório também incluiu informações sobre violações publicadas em veículos de comunicação.
Em 2012, foram divulgadas na mídia 511 violações contra a população LGBT, destas 310 foram homicídios. De acordo com o documento, as travestis foram as maiores vítimas de violência homofóbica, sendo 51,68% do total; seguidas por gays (36,79%), lésbicas (9,78%), heterossexuais e bissexuais (1,17% e 0,39% respectivamente).
“A invisibilização e o desconhecimento das transexuais espelha se também na subnotificação nos meios midiáticos, onde não se encontraram notícias relacionadas a essa parcela da população”, diz o relatório.
Na imprensa, a violência física à população LGBT é a mais relatada, com 74,56%; seguida pelas discriminações (8,02%), violências psicológicas (7,63%) e violência sexual (3,72%).
Entre as violências físicas, os homicídios são os mais noticiados, com 74,54%, seguidos por lesões corporais (10,76%), latrocínios (6,82%) e tentativas de homicídio (7,87%).
De acordo com o documento, 54,19% das vítimas eram do sexo masculino e 40%  eram travestis.
Subnotificação
Para a presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), Cris Stefanny, os casos de violência contra essa população são subnotificados. “Grande parte das mulheres trans e travestis não têm acesso à informação e aos meios de comunicação. E elas não denunciam. Há poucos dados reais sobre essa violência, que é velada”, afirma.
Para a ativista Chopelly Glaudystton, mulheres transexuais são assassinadas por estimular o machismo nos homens. “Uma mulher transexual é assassinada porque ela estimula o ódio no homem, o machismo do homem, porque na concepção dele você saiu do ser superior e optou pelo ser inferior. Para eles, você merece ser castigada, você merece morrer. Então seu corpo é violado, é assassinado.”
Além da violência física, Chopelly destaca que as transexuais são alvo de violência psicológica constantemente. “Quando uma pessoa olha para você, vê toda a sua transformação, a sua construção e ainda assim o chama de senhor ou não respeita o nome social. O não reconhecimento do gênero que você construiu ao longo dos anos, isso machuca”, conta.
Sociedade
Symmy Larrat, primeira travesti a ocupar a função de coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) da Secretaria Especial de Direitos Humanos, considera incompreensível o modo como as travestis e transexuais são tratadas na sociedade brasileira.
“Eu tive uma educação pautada no amor, no respeito ao próximo. Me traz estranheza viver num mundo em que as pessoas se olham com esses olhares diferentes, que elas se categorizam a partir de uma genitália, a partir de uma cor, de uma estrutura corporal, a partir de uma maneira de falar.”
A Argentina, por exemplo, tem uma legislação mais avançada e garante a transexuais e transgêneros facilidades na obtenção e troca de documentos – no Brasil para obter uma identidade com nome e gênero com o qual se identifica, transexuais precisam recorrer à Justiça e esperar alguns anos para obter decisão favorável.
Presidenta do Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais (Gretas), organização não governamental de São Paulo, Aline Marques afirma que não busca privilégios, mas que quer ser tratada com respeito e dignidade. “Eu sempre carrego a palavra gentileza. Isso é uma coisa tão simples de se fazer, ser gentil com o próximo. O preconceito não nos mata. O que nos mata é o ódio da pessoa que não entende que somos mulheres trans.”
Violência doméstica
As transexuais também querem encontrar mecanismos para que a violência doméstica contra essa população não fique impune. Para isso, elas reivindicam o amparo da Lei Maria da Penha. Na avaliação delas, esse é um passo importante na conquista da igualdade de condições e de direitos.
“A lei, por si só, já garante o respeito ao gênero feminino. Só que quando chega na base, o profissional que está lá, o delegado, a delegada, o juiz, podem não ter a interpretação de reconhecer você como do gênero feminino. E não aplicar a lei. É preciso discutir como isso vai valer na base”, afirma Chopelly Glaudystton, 33 anos.
Um projeto de lei (PL 8032/2014) de autoria da deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) tenta deixar a legislação mais clara e ampliar a proteção da Lei Maria da Penha para transexuais e transgêneros que se identifiquem como mulheres.
No mês de agosto, a relatora da proposta na Comissão de Direitos Humanos, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), apresentou parecer favorável ao projeto.
Fonte: Revista Forum, novembro de 2015.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

'Highland Monsters' - LGBT Film (2015)

Rogê: uma flor muito bonita num jardim by Murilo Guimarães

A POLÍTICA HOMOFÓBICA DE DOAÇÃO DE SANGUE DO FDA AMERICANO.

No dia 21 de dezembro de 2015, o FDA americano (Federal Drug Administration) suspendeu a proibição da doação de sangue por homens gays e bissexuais, porém muitos homens gays ainda serão barrados porque a nova política diz que QUALQUER HOMEM QUE QUEIRA DOAR SANGUE SOMENTE O PODE FAZER SE NÃO TEVE SEXO COM OUTRO HOMEM NOS ÚLTIMOS 12 MESES ANTERIORES, OU SEJA, HOMENS GAYS SEXUALMENTE ATIVOS QUE ESTEJAM CASADOS OU NUMA RELAÇÃO MONOGÂMICA AINDA ESTARÃO PROIBIDOS DE DOAR SANGUE.

De acordo com o Instituto Williams da Universidade da Califórnia, Los Angeles, que estuda questões gays, lésbicas e de transgêneros, o número de doação de sangue por homens que fazem sexo com homens poderia ser quase duas vezes maior por ano do que com esta atual política de saúde (veja o gráfico abaixo).

sábado, 19 de dezembro de 2015

Heartland (2007) legendado







H. G. é um jovem universitário em Nova York, tem um namorado e vive uma intensa vida cultural, mas tem que voltar por um tempo à fazenda de seu pai para tentar resolver os problemas administrativos dela. Quando chega lá, sente-se atraído pelo belo empregado de seu pai, Ryan, que foi seu colega de escola no passado.

Direção: Mark Christopher
Elenco: Corey Sorenson, Lachlan Nieboer
País: Estados Unidos
Idioma: inglês
Legendas: português

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

KEITH HARING.



Keith Haring (Reading4 de maio de 1958 – Nova Iorque16 de fevereiro de 1990) foi um artista gráfico e activista estadunidense. Seu trabalho reflete a cultura nova-iorquina dos anos 1980.
Nascido no estado da Pensilvânia, desde cedo mostrou interesse pelas artes plásticas. Do ano 1976 até o ano 1978 estudou design gráfico numa escola de arte em Pittsburgh. Antes de acabar o curso, transferiu-se para Nova Iorque, onde seria grandemente influenciado pelos graffitis, inscrevendo-se na School of Visual Arts. Abertamente homossexual, seu trabalho reflexivo também é um conjunto de temas homo-eróticos. Haring também apoiava a prostituição, por isso alguns de seus temas são considerados eróticos. Keith Haring começou a ganhar notoriedade ao desenhar a giz nas estações de metrô de Nova Iorque. As suas primeiras exposições começaram a partir de 1980 no Club 57, que se tornou um ponto de encontro da elite vanguardista. Na mesma década, participou em diversas bienais e pintou diversos murais pelo mundo - de Sydney a Amsterdã e mesmo no Muro de Berlim.
Meses depois em entrevista à revista Rolling Stone declara que tem o vírus HIV. Em seguida, cria a Keith Haring Foundation, em favor das crianças vítimas da SIDA. Em 1989, perto da igreja de Sant'Antonio Abate, em Pisa, Itália, executa a sua última obra pública - o grande mural intitulado Tuttomondo, dedicado à paz universal.
Haring morreu aos 31 anos de idade, vítima de complicações de saúde relacionadas à doença, tendo sido um forte activista da conscientização de seus perigos, que abordou mais que uma vez em suas obras e pinturas.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Keith_Haring

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

MENINOS TAMBÉM NECESSITAM TOMAR A VACINA CONTRA O HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO).

De acordo com Centro para Controle e Prevenção de Doenças americano, a cada ano, mais de 9000 homens são afetados por cânceres causados pela infecção por HPV que não se curam. HPV causa cânceres de ânus, boca/garganta (orofaringe), e pênis em homens.
Muitos cânceres causados pela infecção por HPV podem ser prevenidos pela vacinação contra HPV.
Vacina para HPV é recomendada para meninos entre as idades de 11-12 anos por duas razões:
1. Vacina para HPV deve ser dada antes da exposição ao vírus para ser efetiva em prevenir cânceres e outras doenças causadas pelo HPV;
2. Vacina para HPV produz alta resposta imunológica nesta idade.
# A vacinação em meninos pode ser iniciada aos 9 anos de idade.
# Meninos e homens com idade entre 13 e 21 anos que não receberam ou não completaram a vacinação devem receber a vacina.
# Para indivíduos previamente não vacinados, pessoas imunocomprometidas (incluindo pessoas com infecção por HIV) e homens que fazem sexo com homens (HSH), vacinação é recomendada até os 26 anos de idade.
*** Existem alguns tipos de vacina aprovadas nos EUA: a vacina bivalente (Cervarix) que previne contra a infecção pelo HPV tipos 16 e 18, uma vacina quadrivalente (Gardasil) que previne contra a infecção pelo HPV tipos 6, 11, 16, e 18, e uma vacina 9-valente que previne contra a infecção pelo HPV tipos 6, 11, 16, e 18, 31, 33, 45, 52, e 58. As vacinas bivalente e quadrivalente oferecem proteção contra o HPV tipos 16 e 18, responsáveis por 66% de todos os cânceres de colo do útero,  e a vacina 9-valente contra o HPV protege contra 5 tipos a mais responsáveis por 15% dos cânceres de colo do útero. A vacina quadrivalente também protege contra os tipos 6 e 11 os quais causam 90% das lesões genitais.
São 3 doses no período de 6 meses. 

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Profilaxia pré-Exposição (PrEP), uma pílula diária para prevenção do HIV.



Em novembro de 2015, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças nos EUA publicou um novo relatório em que 1 em cada 4 homens gays e bissexuais; 1 em cada 5 pessoas usuárias de drogas injetáveis; e 1 em cada adultos heterossexuais ativos estão sob risco importante para infecção por HIV e poderiam se beneficiar de mais informação sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP), uma pílula diária para prevenção do HIV. PrEP é uma opção de prevenção altamente efetiva que, quando tomada diariamente, pode reduzir o risco de infecção por HIV sexualmente adquirida em mais de 90% e em mais de 70% entre as pessoas usuárias de drogas injetáveis.
Achados fundamentais:

  • Aproximadamente 25% dos homens gays e bissexuais sexualmente ativos tiveram riscos importantes para HIV consistentes com indicações para PrEP;
  • Quase 20% das pessoas usuárias de drogas injetáveis tiveram riscos importantes para HIV consistentes com indicações para PrEP;
  • E menos de 1% dos heterossexuais tiveram riscos importantes para HIV consistentes com indicações para PrEP.
Fonte da imagem: http://prepbrasil.com.br/sobre-nos/

domingo, 29 de novembro de 2015

PRIMEIRO DE DEZEMBRO, DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS.


Este dia foi lançado em 1988 e foi o primeiro dia global dedicado à saúde. A ONU lançou esta semana uma campanha para promover os direitos das pessoas portadoras de HIV e combater a discriminação de que são alvo no local de trabalho. De acordo com a OIT, mais de 30 milhões de pessoas portadoras do HIV em idade ativa ainda lidam com elevados níveis de discriminação, o que limita ou impede o seu acesso ao emprego. Os jovens em idade ativa representam 40% das novas infecções por HIV que ocorrem anualmente em todo o mundo.
É essencial impedir novas infecções pelo HIV. Precisamos chegar a uma transição em que o número de infecções novas seja menor que o número de pessoas iniciando o tratamento. Isto requer ações decisivas norteadas por uma visão inovadora: zero novas infecções pelo HIV, zero discriminação, zero mortes relacionadas à Aids. 

domingo, 22 de novembro de 2015

PERSONA - LETÍCIA LANZ (20/11/15)





Letícia Lanz descobriu as diferenças de gênero ainda criança. Ela, que nasceu homem, gostava de brincar de boneca e de se vestir com roupas femininas, mas também sentia atração por meninas. Descobriu, então, que as questões de gênero não se resumem ao masculino e feminino. Quando adulto, casou-se e teve filhos. Em 2008, sofreu um infarto e a oportunidade de recomeçar a vida trouxe-lhe a libertação: Letícia assumiu-se mulher e, desde então, estuda as diferentes formas de gênero.

Harvey Milk

“Todos os jovens, independentemente da sua orientação sexual ou identidade, merece um ambiente seguro e solidário para que possa atingir todo seu potencial.” 
“Esperança nunca será silenciada.” 
“Eu sei que você não pode viver tendo esperança sozinho, mas se não tiver, a vida não faz o menor sentido. Vocês precisam dar esperança a eles.” 
“Não é a minha vitória, é a nossa. Se um gay pode vencer, significa que há esperança e que o sistema pode funcionar para todas as minorias se lutarmos.  Nós precisamos dar esperança a eles.” 
“Direitos são concedidos apenas a aqueles que fazem suas vozes serem ouvidas.”
“Não é preciso nenhum esforço para dar as pessoas seus direitos. Não é necessário nenhum dinheiro  para respeitar o próximo. Não existe nenhum acordo político para dar as pessoas liberdade. Não é preciso nenhuma pesquisa para acabar com a repressão.”

Nome social para Travestis e Transexuais já é realidade em 24 Universidades/ Faculdades Brasil.

As universidades que atualmente possuem resolução 

para uso de nome social por parte de pessoas trans 

são UFG, UFBA, UFRJ, UFRG, UFMS, UFRN, UFVSF,

UFF,UFABC, UNIPAMPA, UFES, UFSC. 


Sabe-se que também houve aprovação de 

documento específico na UFPR, UFAP, UNIRIO, UEM,

UNB, UERJ, UESPI, UESB, UFCCAR, UFPEL, UESB,

UFV, mas ainda não se tem a resolução, portaria

e/ou documento similar.

Fonte: http://www.ufrj.br/detalha_noticia.php?codnoticia=14459