A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um
conjunto de fatores de risco cardiovasculares usualmente relacionados à deposição
central de gordura e à resistência a insulina. É importante destacar a associação da
SM com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5
vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes.
É identificada como uma associação de fatores de risco que está fortemente associada
a uma elevada morbimortalidade cardiovascular. Para tanto, realiza-se:
1. História clínica - idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, síndrome de ovários policísticos (SOP), doença hepática gordurosa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos).
2. Exame físico necessário para diagnóstico da SM:
• Medida da circunferência abdominal: A medida da circunferência abdominal é tomada na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior.
• Níveis de pressão arterial: Deve-se aferir no mínimo duas medidas da pressão por consulta, na posição sentada, após cinco minutos de repouso.
Além destes dois dados obrigatórios deverá estar descrito no exame físico destes pacientes: • Peso e estatura. Devem ser utilizados para o cálculo do índice de massa corporal através da fórmula: IMC = Peso/Altura2.
• Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans. Examinar pescoço e dobras cutâneas.
• Exame cardiovascular.
3. Exames laboratoriais necessários para o diagnóstico da SM: • Glicemia de jejum. • Dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos
Pelo seu alto potencial prognóstico desfavorável, a SM deve ser diagnosticada
precocemente e vigorosamente tratada através de medidas não-medicamentosas e
medicamentosas.
A correção do excesso de peso, do sedentarismo e de uma alimentação
inadequada são medidas obrigatórias no tratamento da SM. A adoção de uma dieta
balanceada é uma das principais medidas que deve ser individualizada para a
necessidade de cada paciente. A dieta deve estar direcionada para a perda de peso
e da gordura visceral, com o objetivo de normalização dos níveis da pressão arterial,
da correção das dislipidemias e da hiperglicemia e conseqüentemente a redução do
risco cardiovascular. As evidências favorecem as dietas ricas em fibras, pobres em
gorduras saturadas e colesterol e com reduzida quantidade de açúcares simples.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os fatores
de risco mais importantes para a morbimortalidade relacionada
às doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) são: hipertensão
arterial sistêmica, hipercolesterolemia, ingestão insuficiente de
frutas, hortaliças e leguminosas, sobrepeso ou obesidade, inatividade física e tabagismo. Cinco desses fatores de risco estão relacionados à alimentação e à atividade física e três deles têm grande
impacto no aparecimento da Síndrome Metabólica (SM).
A predisposição genética, a alimentação inadequada e a
inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem
para o surgimento da SM, cuja prevenção primária é um desafio
mundial contemporâneo, com importante repercussão para a saúde. Destaca-se o aumento da prevalência da obesidade em todo o
Brasil e uma tendência especialmente preocupante do problema
em crianças em idade escolar, em adolescentes e nos estratos de
mais baixa renda. A adoção precoce por toda a população de
estilos de vida relacionados à manutenção da saúde, como dieta
adequada e prática regular de atividade física, preferencialmente
desde a infância, é componente básico da prevenção da SM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário