quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Eis a minha fala em sendo um homem negro. É preciso ser antirracista negro. Vidas negras importam!

 

Historicamente, o Brasil, enquanto nação, foi construído tendo como um dos pilares o racismo estrutural antinegro. Seres livres em suas terras de origem, aqui foram despojados de sua humanidade através de um regime escravista que fez deles apenas força animal de trabalho, coisas, mercadorias ou objetos que podiam ser comprados ou vendidos. Este sistema escravista e o tráfico negreiro que o alimentava é hoje considerado como uma das maiores tragédias da humanidade.

É importante lembrar que a população negra nunca aceitou passivamente essa situação. Na luta pela construção da cidadania muito sangue foi derramado. Histórias de resistência e luta ocorreram, como a Revolta da Chibata, a Frente Negra Brasileira, o Teatro Experimental do Negro, o Movimento das Mulheres Negras, entre outros. Além disso, o movimento negro trouxe para a sociedade brasileira mais uma data importante a ser lembrada e comemorada. Trata-se do dia 20 de novembro, dia da morte do líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares. Hoje, Zumbi é considerado um dos principais símbolos da luta contra todas as formas de opressão e exclusão que continuam a castigar os descendentes de africanos no Brasil. Zumbi é imagem positiva de resistência e coragem e a construção dessa imagem é importante para todos nós, negros e brancos, pois pode nos ajudar a compreender, aceitar, reconhecer e respeitar as diferenças. Refletir sobre a questão do negro não é algo particular que só deve interessar ao grupo étnico-racial negro, e é sim uma questão da sociedade brasileira e também da humanidade. Vidas negras importam!


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