sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Sobre o mês da Consciência Negra. Pelo fim do genocídio antinegro! Vidas pretas importam!

Novembro chegou e, com ele, a possibilidade de refletirmos sobre as lutas dos povos pretos ao longo de todo um processo histórico no Brasil. Avanços têm ocorrido, mas, ao mesmo tempo, o genocídio contra nós continua em franca ação num Estado e numa sociedade eminentemente racistas. A branquitude ainda ocupa majoritariamente as estruturas e, por isso, elas ainda permanecem racistas. Privilégios brancos não querem ser perdidos.


Oprimidos por uma elite racista, os afrodescendentes brasileiros permanecem confinados nos níveis mais baixos da escala social. Em pleno ano de 2023, ainda estamos batalhando para conquistar nossos direitos de cidadãos plenos e, sobretudo, a consciência de nossa própria etnicidade. Se mantêm a barreira social, a exploração econômica e a privação dos direitos de se viver dignamente.

As religiôes afro-brasileiras de origem iorubá, fon e angolana fundidas no candomblé e na umbanda e suas muitas expressões regionais têm sofrido diversos ataques por alguns membros de igrejas neopentecostais, principalmente - o racismo religioso se ergue e se intensifica.

A tese da "democracia racial" de Gilberto Freyre, outrora doutrina oficial brasileira, e a crença de que a cor está nos olhos de quem a vê são falácias. O genocídio antinegro continua em ação. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública do ano de 2023, 83% dos mortos pela polícia são negros. No Rio de Janeiro, 48% das crianças e adolescentes baleados são atingidos em ação policial com sua maioria sendo negras. Parem de nos matar! A negligência do Estado persiste. É o extermínio em ação.


Práticas coloniais de poder têm se refletido na comtemporaneidade através da colonialidade. É preciso que nos encorajemos para seguirmos nas nossas lutas contra os racismos antinegro. Como a africabrasilidade repercute na vida de cada um de nós, pessoas pretas? É imperativo que acolhamos os nossos espíritos em comunidade para que alcancemos a emancipação. Como disse Angela Davis: "A liberdade é uma luta constante".

Precisamos olhar para os revoltosos do passado. Nunca fomos passivos em busca da liberdade. Insubmissões e insurreições houveram desde a captura dos nossos ancestrais. Retomar a História, resistir coletivamente e dispor de recursos políticos e materiais são necessários a dignidade na liberdade. Viva Zumbi! Vivam os levantes, as insurreições e as insubmissões! Vidas pretas importam!