A comunidade LGBT – lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, também chamada de minorias sexuais, representa uma população crescente e subatendida nas suas necessidades de saúde. A invisibilidade da diversidade de gênero no cuidado em saúde permanece como uma ameaça ao direito à saúde, um direito fundamental do ser humano.
Pessoas transgêneras são definidas de acordo com sua apresentação e identidade de gênero. Este grupo compreende indivíduos cuja identidade de gênero difere do sexo originalmente assinalado ao nascimento ou cuja expressão de gênero varia significantemente daquele tradicionalmente associado com o sexo típico designado ao nascimento (i.e., pessoas identificadas como masculino ao nascimento que subsequentemente se identifica como feminino, e pessoas identificadas como feminina ao nascimento que posteriormente se identifica como masculino), bem como outros indivíduos que variam ou rejeitam as conceitualizações culturais tradicionais de gênero em termos da dicotomia masculino-feminino, sendo diversa na sua orientação sexual, expressão e identidade de gênero. Alguns indivíduos transgêneros realizam intervenções médicas para alterar sua fisiologia e anatomia sexuais, outros desejam realizar estes procedimentos no futuro, e ainda há aqueles que não. Pessoas transgêneros podem ser heterossexual, homossexual ou bissexual na sua orientação sexual.
Aproximadamente 75% dos indivíduos transgêneros têm o início da sua identificação com o sexo oposto na infância precoce, enquanto 25% dos pacientes descobrem sua identidade na vida tardia.
É importante lembrar que ainda persiste a psiquiatrização da transexualidade ou a transpatologização, o que torna obrigatório a obtenção de um laudo psiquiátrico para uma pessoa trans se dizer quem é, deslegitimando sua autonomia.
Inúmeros estudos têm identificado alta carga de iniquidades em saúde, comumente relatando saúde geral pobre, como exames Papanicolau anormais, infecções sexualmente transmissíveis, infecção pelos vírus das hepatites B ou C, asma, uso de drogas ilícitas, dependência de nicotina, violência, uso abusivo de álcool, transtorno do estresse pós-traumático, entre outros.
A experiência transexual nos remete para um campo de reflexão cheio de questões complexas, e aqui discutir a efetividade de políticas públicas se impõe, bem como uma análise crítica de tais propostas. Promover a inclusão social de grandes parcelas marginalizadas da população é um grande desafio para os gestores quando se formulam políticas públicas.
A população LGBT – lésbicas, gays, bissexuais e transexuais – é vulnerável quanto ao atendimento de seus direitos humanos, incluindo o acesso aos serviços públicos de saúde, sendo necessário perceber as barreiras e as dificuldades que pessoas LGBT encontram na área da saúde.
A marginalização social das pessoas trans sob a forma da transfobia, ou seja, a experiência da discriminação baseada numa identidade ou expressão de gênero que varia com o sexo designado ao nascimento, também constitui uma barreira ao acesso aos cuidados médicos, tanto nos cuidados primários quanto nas especialidades, como saúde mental.
A TRANSFOBIA ADOECE E MATA! LEVANTE-SE PELO FIM DA TRANSFOBIA!