Foto de topo: Mídia Ninja
Hoje estava a pensar no assassinato de um menino negro de 13 anos na cidade do Rio após uma incursão da polícia militar na cidade de Deus. Com esta morte evitável, chega a 21 o número de menores de idade mortos em operações policiais no Rio de Janeiro durante o ano de 2023. Triste e lamentável.
Quase 90% das crianças e adolescentes assassinados no Rio são negras ou pardas. De 2018 a 2020 cerca de 2.200 crianças e adolescentes perderam a vida pela ação de agentes públicos de segurança no país, sendo o Rio de Janeiro responsável por 13,1% dessas mortes. De acordo o Instituto de Segurança Pública (ISP), no ano de 2020, 56 pessoas, entre 0 e 17 anos, foram mortas em confrontos diretos em todo o estado. Desse total, 87,5% das crianças ou adolescentes assassinadas eram negros ou pardos. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança, em 2019 o Rio de Janeiro teve 269 crianças e adolescentes mortos pela polícia, sendo responsável sozinho por 40% do total de casos no país. Dentre esses registros no estado, 86% das vítimas eram negras.
Foto: Rithyele Dantas
O assassinato de crianças e adolescentes negros é um projeto político historicamente implantado pelo Estado Brasileiro nos diferentes níveis desde a colonização. A necropolítica de origem estatal tem provocado o aumento no número de jovens negros mortos conforme o tempo, já que em 2009 era 71% e em 2019 esse número aumentou para 81%.
Fonte da imagem: www.acrítica.netAlgumas reflexões ficam a martelar na minha cabeça: Até quando a sociedade brasileira será seletiva? Esperança para quais crianças? Quais vidas importam neste país? Precisamos refletir, pessoas. Não existe um futuro digno no país com a negligência da infância e da adolescência. Meus sentimentos à família, aos amigos e amigas, à Humanidade.
Cada criança, cada adolescente negro que se vai, é um pedaço de nós, Humanidade, que se vai também. Quem são os humanos para vocês? Que vidas são passíveis de serem vividas dignamente no Brasil?
Fonte da imagem: Jornal O DIA.