segunda-feira, 2 de novembro de 2015

São meus by Murilo Guimarães


Escapam iluminados
de mil compartimentos
escondidos sob mantas
de memórias e desejos
Todos os tesouros da alma
quadro a quadro expostos
numa tela escura, lá dentro
ecoando seus ensinamentos
São meus os sonhos
aquelas ficções são minhas
cheias de mim mesmo
aludem a realidades
A criança levanta o pai de cem quilos
Manto vermelho trespassa corpo de Cristo
Frágil menino em bolsa de abertura oblíqua
Sangue verte da vagina de mulher incógnita
Agarrados aos símbolos
cortantes reverberações
de lâminas e correntes
em intrigantes concertos
Recobram-se minhas vontades
ainda que surradas, surpreendidas
a mente retoma seus procedimentos
Graças ao Deus que se esconde
em mim mesmo e se solta
para me dizer umas verdades.

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