Trata-se de um blog voltado para a promoção da saúde de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, 'questioning' e interssexo. Por uma Diversidade na Comunidade, Por uma Diversidade Inclusiva na Sociedade, Por Justiça Social.
O ano de 2020 tem sido um ano extremamente difícil para todas as pessoas. Pandemia, adoecimentos, perdas de pessoas queridas, racismo, feminicídio, violência infantil, entre outras coisas. Para aqueles que têm sobrevivido um ano novo, 2021, surgirá. Um novo tempo para refletirmos sobre o viver e suas possibilidades, sobre o que realmente é importante e construtivo, sobre o que faz bem de fato à coletividade. É tempo de mudança.
Desejo a todas, todos e todes que o ano de 2021 seja um ano de realizações, saúde, paz, amor e prosperidade. Que tenhamos momentos melhores, que possamos semear amor por onda passarmos. Meu muito obrigado. Usem máscara.
Ontem, dia 11 de dezembro, pela primeira vez no país, a Bolívia autorizou uma união entre pessoas mesmo sexo após uma batalha judicial que durou cerca de dois anos.
A união foi entre Guido Montaño, um advogado e ativista LGBTQI de 45 anos, e David Aruquipa, um empresário de 48 anos.Eles tentaram formalizar sua união ainda em 2018, mas tiveram o pedido negado pelas autoridades bolivianas porque a Constituição do país, criada em 2009 pelo governo de Evo Morales, não contempla o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Guido e David levaram o caso à Justiça por acreditar a Constituição da Bolívia estava violando os tratados internacionais de Direitos Humanos. Em julho desse ano, o 2º Tribunal Constitucional de La Paz já havia emitido uma decisão favorável ao casal, abrindo um precedente para as reivindicações da população LGBT no país.
Viva a Diversidade! Ainda há a luta por muitos outros direitos, mas avanços estão ocorrendo apesar das forças religiosas católica e evangélica que tentam a todo custo manter o retrocesso. Trata-se de uma questão de governar para todos os cidadãos e cidadãs de um país. É sempre necessário (e possível) fazer mais.
Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada pessoa;
Os direitos humanos são universais, ou seja, devem ser aplicados de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas;
Os direitos humanos são indivisíveis e interdependentes, já que não é suficiente respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros;
Todos os direitos humanos devem ser vistos como de igual importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa.
De acordo com os dados apresentados pelo governo federal no dia de hoje, 01 de dezembro de 2020 - Dia Mundial de luta contra a AIDS, atualmente cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil: 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável, comprovando a eficácia dos medicamentos.
Do total de infectados pelo vírus HIV, 821 mil - 89% - já foram diagnosticadas. Ou seja, 11% das pessoas que vivem com a Aids no País (99 mil brasileiros) não sabem que contraíram o vírus.
Os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros, concentraram o maior número de casos. Nessa faixa etária, 52,4% são do sexo masculino e 48,4% são mulheres.
Em 2019, o Brasil atingiu o menor coeficiente de mortalidade por Aids na década. Enquanto em 2009 o indicador era de 5,8 por 100 mil habitantes, no ano passado caiu para 4,1 por 100 mil habitantes. Em 2019, o País registrou oficialmente 10.565 mortes causadas pela doença.
Em caso de diagnóstico positivo, a orientação é iniciar o tratamento o mais rápido possível para evitar o adoecimento por Aids. Com o tratamento adequado por no mínimo 6 meses, o vírus HIV fica indetectável, ou seja, não pode ser transmitido.
No mundo inteiro, dia 1 de dezembro é considerado o Dia Mundial de luta contra o HIV/AIDS. No início, a doença era considerada exclusiva dos homossexuais, o câncer gay. Com o avanço da doença, descobriu-se que a infecção não era exclusiva de um grupo e sim uma infecção de todos, todas e todes. Inúmeros progressos científicos no entendimento da doença e na forma de tratá-la ocorreram a ponto de chegarmos ao INDETECTÁVEL = INTRANSMISSÍVEL. Avançamos no entendimento da doença, nas formas de se tratar e de se prevenir, mas persistem o estigma, a discriminação e o prenconceito. Precisamos ter empatia pelo outro e entendermos que todos somos vulneráveis e que a luta contra a infecção por HIV é de todos nós. Façam o teste. Testar-se é prevenção. Diagnóstico precoce significa possibilidade de tratamento precoce e melhores resultados no controle da infecção.Vocês fazem parte dessa luta. Ajam! Afinal de contas, Dia 1 de dezembro é o momento de renovarmos a nossa luta para o fim da infecção do HIV.
" Nas sociedades em que se
atribui poder, sucesso e força ao ser masculino, os homens podem se distanciar
das características consideradas do ser feminino, tais como sensibilidade, o
cuidado, a dependência e a fragilidade. Essas diferenças culturalmente
atribuídas podem fazer com que homens se predisponham a doenças, lesões e
mortes (Schraiber, Gomes & Couto, 2003)".
Negro sou. Filho de Maria e Antonio. Filho da Ancestralidade.
Sob a agenda da dominação colonial, nossos corpos foram trazidos compulsoriamente através do Atlântico. Muitos ficaram pelo caminho, muitos foram destroçados em Terra Brasilis. Da colonização se instalou a barbárie.
Dia 20 é o dia da Consciência Negra, é o dia de invocarmos os saberes ancestrais.
Cabe a nós asssumirmos a responsabilidade de buscarmos novos caminhos, novos rumos nos quais possa haver um campo de possibilidades, de prática de afirmação da vida contra o genocídio estatal estabelecido. Uma vida digna que nos remeta à ancestralidade, uma vida em defesa da vida e de um mundo plural.
A Encruzilhada é o caminho da transgressão, é o caminho da diversidade, é a potência mobilizadora do viver. Viva Zumbi dos Palmares! Viva todas as pessoas negras do presente, do passado e do futuro!
Ilustração de Aroeira José Saramago subverteu regras e normas da língua portuguesa e escreveu obras primas como “Ensaio sobre a cegueira”, “Memorial do convento”, “O ano da morte de Ricardo dos Reis” e “O evangelho segundo Jesus Cristo”.
Historicamente, o Brasil,
enquanto nação, foi construído tendo como um dos pilares o racismo estrutural
antinegro. Seres livres em suas terras de origem, aqui foram despojados de sua
humanidade através de um regime escravista que fez deles apenas força animal de
trabalho, coisas, mercadorias ou objetos que podiam ser comprados ou vendidos. Este
sistema escravista e o tráfico negreiro que o alimentava é hoje considerado como
uma das maiores tragédias da humanidade.
É importante lembrar que
a população negra nunca aceitou passivamente essa situação. Na luta pela
construção da cidadania muito sangue foi derramado. Histórias de resistência e
luta ocorreram, como a Revolta da Chibata, a Frente Negra Brasileira, o Teatro
Experimental do Negro, o Movimento das Mulheres Negras, entre outros. Além
disso, o movimento negro trouxe para a sociedade brasileira mais uma data
importante a ser lembrada e comemorada. Trata-se do dia 20 de novembro, dia da
morte do líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares. Hoje, Zumbi é considerado um
dos principais símbolos da luta contra todas as formas de opressão e exclusão
que continuam a castigar os descendentes de africanos no Brasil. Zumbi é imagem
positiva de resistência e coragem e a construção dessa imagem é importante para
todos nós, negros e brancos, pois pode nos ajudar a compreender, aceitar,
reconhecer e respeitar as diferenças. Refletir sobre a questão do negro não é
algo particular que só deve interessar ao grupo étnico-racial negro, e é sim uma
questão da sociedade brasileira e também da humanidade. Vidas negras importam!
V DIGO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DA DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO DE GOIÁS
O DIGO é um festival de filmes que tem por objetivo estimular e promover a conscientização do público, no que tange o respeito integral aos direitos humanos e a inclusão.
O evento foi pioneiro no centro-oeste brasileiro, por isso DIGO, que Goiás – terra do pequi e das Cavalhadas será destaque pela quinta vez do cinema voltado para a diversidade mundialmente. A luta não pode parar e mesmo com todas adversidades seguimos em frente com orgulho, coragem e de peito aberto contra a repressão e o preconceito, é preciso ser forte, estamos aqui é ocupamos o nosso espaço na sociedade como pagantes de impostos e seres humanos.
A proposta é evidenciar a 7ª arte e suas cores pautada na luta pelos direitos humanos. Além disso, oportunizar todo tipo de manifestação artística gerando diversidade, inovação e amor sem preconceitos ou restrições. O projeto articula audiovisual, educação e tecnologias para ampliar o universo da expressão e da percepção estética da diversidade brasileira, propondo abordar não só a sexualidade, mas incorporar o sentido da realidade do ser humano e suas nuances. Assim, iremos promover as questões relacionadas a diversidade sexual, com foco sempre no respeito integral e desde sua primeira edição alcançou um público de milhares de pessoas interessadas em aprender mais sobre a diversidade e suas nuances.
Devido a pandemia do COVID-19 e decreto estadual 9.711 de 10 de setembro de 2020, que prorrogou por mais 120 dias a situação de emergência na saúde pública, o DIGO será realizado de forma on-line entre os dias 5 e 20 de novembro de 2020 em nosso site www.digofestival.com.br, gratuitamente, dentro do território brasileiro com acesso direto em todas as mídias audiovisuais.
A intenção é manter o diálogo e potência do projeto, seja pela votação do público ou por interação na plataforma na nossa programação que contará com bate papos e possibilidades de conexão, sequenciando a luta e a narrativa lgbti que está mais necessária do que nunca, como símbolo de resiliência e ferramenta de empregabilidade, orgulho, visibilidade, escuta social e voz através de produções poéticas e com narrativas ampliadas.
O DIGO tem o diferencial de distribuição de filmes da programação, e já o fez para países como o EUA, México, Peru, Itália, Portugal, Venezuela e outros, além de participação em mostras itinerantes e cineclubes. Proporciona, portanto, aos inscritos a possibilidade de participação na programação em festivais internacionais em regime de network tanto em mostras paralelas e/ou competitivas sendo um diferencial importante para os realizadores, por ser um festival vivo, constante e atuante mundialmente.
Como um dos fundadores da Red DIVERCILAC – Diversidad en el Cine Lationamericano y Caribeño – rede de festivais da América Latina e do Caribe, já inspirou e produziu parcerias internacionais como a criação do INDIGO Festival da Diversidade de Almada, Portugal, se tornando uma importante vitrine de audiovisual com a temática LGBTI+ sendo que este ano teremos uma sessão exclusiva para conectar a América Latina com o estado de Goiás.
Vamos discutir também em pleno 2020 o envelhecimento da comunidade LGBTI+ vítima de um preconceito duplo provindo do padrão de juventude e o fantasma da solidão que o que o torna invisível por diversos fatores provindos da sociedade.
Nos 15 dias do DIGO serão mostras paralelas e competitivas. Sendo que somente os filmes escolhidos pelo júri oficial e júri popular receberão o troféu DIGO. Ainda está previsto a realização de bate papo com os realizadores no Facebook do festival sempre as 19 horas, para dialogarmos as temáticas que envolvam a diversidade sexual e a de gênero, além de diversas atividades no mês de junho e julho com a sigla #digoconvida que representa a necessidade do festival crescer e aumentar o período de reflexão, discussões, ações e consequentemente maior visibilidade LGBTI+.
O Festival não termina e já terá continuidade através de uma programação de filmes na cidade de Goianésia GO no intuito de democratizar o audiovisual no interior de Goiás através de parceria com o Coletivo Uns Por Todes, em forma do primeiro evento na região do vale do São Patrício de 26 a 29 de novembro de 2020.
Uma novidade também é que além dos troféus, a premiação constará com bolsas de estudo da Academia Internacional de Cinema e com contas digitais com o valor de 500 reais do Pride Bank, Este ano, o DIGO possui o Apoio Institucional do Fundo de Arte e Cultura de Goiás.
Em parceria com a UNICEF, pela primeira vez, o Fórum Brasileiro de Segurança divulgou que o Brasil teve ao menos 4.928 crianças e adolescentes mortos de forma violenta em 2019, ou seja, em torno de 28 crianças e adolescentes são assassinados por dia. O número representa 10% do total de mortes violentas do ano passado (47.773).
No Brasil, o quadro de violência tem se agravado exponencialmente nos últimos anos e diversos estudos têm evidenciado o crescimento expressivo da
violência letal de adolescentes e jovens, especialmente os do sexo masculino,
negros e com baixa escolaridade. Jovens negros são as maiores vítimas da violência.
Precisamos entender de uma vez por todas que a violência, que atinge a juventude brasileira, é e deve ser uma questão
de Estado e que ela se articula com uma série de outros elementos, como pobreza, territórios vulneráveis, evasão escolar, crime organizado e racismo para que possamos mudar esta realidade genocida e cruel que ceifa vidas precocemente destruindo toda uma possibilidade de se viver. Vidas negras importam! Contra o genocídio do povo negro.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, oito a cada dez pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras. Das 6.357 vítimas de violência policial no ano passado, a maior parte, 99% era formada por homens. O documento, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), levou em conta boletins de ocorrências fornecidos por 23 estados — apenas Acre, Amapá, Amazonas e Rio Grande do Norte não encaminharam dados. No comparativo com o número do ano anterior (6.175), houve um aumento de 2,9% na quantidade de mortos por agentes do estado.
As vítimas das intervenções policiais no Brasil:
HOMENS 99.2%
NEGROS 79.1%
JOVENS ATÉ 29 ANOS 74. 3%
#Num país onde o racismo velado é pouco discutido pela branquitude para não perder seus privilégios, não poderíamos esperar nada diferente nestes dados. As intervenções policiais sabem sim reconhecer a cor da pele. São vidas perdidas, famílias destruídas pelo racismo insitucional. Chega de violência do Estado!
Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020