Estudo conduzido por investigadores da FPCEUP está a analisar a saúde psicológica e as redes de apoio social de jovens LGBT+ durante a pandemia. Por Marisa Macedo / REIT
O estudo foca-se em jovens LGBT+ que vivem com os pais durante a pandemia de Covid-19. DR |
Isolados(as) dos amigos(as) e desconfortáveis no núcleo familiar. Segundo o estudo desenvolvido pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP) estas foram as principais dificuldades apontadas pelos jovens LBGT+ durante a pandemia de Covid-19. O objetivo da investigação, que está na sua primeira fase, é avaliar a saúde psicológica e as redes de apoio social de jovens LGBT+, que vivem com os pais, ou outra configuração familiar, durante este período.
No estudo, intitulado “REDES DE APOIO SOCIAL E SAÚDE PSICOLÓGICA EM JOVENS LGBT+ DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19”, participaram mais de 630 jovens LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e outras minorias sexuais e de género), com uma média de idade de 23 anos. Do total de inquiridos, 95% tem nacionalidade portuguesa, mas o estudo conta com participantes do Brasil e de outras. A maioria dos/as jovens é estudante reside numa área urbana e é maioritariamente proveniente das regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Centro.
Grande parte dos jovens participantes reside com a família. No entanto, dada a situação de pandemia de Covid-19 e o confinamento recomendado, 1 em cada 5 regressou a casa dos pais. Segundo os dados, “6 em cada 10 consideraram que a situação afetou muito ou severamente a sua vida” e a maioria sente-se “limitado para realizar as atividades habituais”.
Perto de 60% não se sente “confortável” com a família
De acordo com os resultados – que dizem respeito ao período entre 17 de abril e 4 de maio – cerca de um em cada quatro inquiridos sentiu-se “muito isolado” dos seus amigos(as). Perto de 60% dos jovens confirmou que a situação de confinamento com a família representou também um desafio por não se sentir confortáveis no núcleo familiar.
Face aos resultados encontrados, os investigadores recomendam que os serviços de apoio, abrigos e demais redes de apoio social permaneçam particularmente atentos e disponíveis durante este período para atender às necessidades dos/as jovens LGBT+.
O estudo, liderado por Jorge Gato, investigador da FPCEUP, conta com a colaboração da Ordem dos Psicólogos Portugueses, da CIG – Comissão Para a Cidadania e Igualdade de Género, Associação ILGA Portugal – Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo, Rede Ex-Aequo – Associação de jovens LGBTI+ e apoiantes, It Gets Better, Casa Qui, e Associação Plano i.
MEUS PARABÉNS AO GRUPO DE INVESTIGADORES DA UNIVERSIDADE DO PORTO.
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