Em todo o mundo, Junho é considerado o mês do Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais). No dia 28 de junho de 1969, em Nova Iorque, ocorreu o que veio a ser conhecido como a Rebelião de Stonewall, em referência ao nome de um bar que era, e ainda é, frequentado por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e que sofria repetidas batidas policiais em ações de bastante truculência e preconceito da polícia. A partir daí, os organizadores originais escolheram este mês para homenagear o levante Stonewall o qual ajudou a desencadear a liberação do movimento gay e a luta pelos direitos LGBT nos EUA e no mundo.
No Brasil, país campeão mundial de assassinatos de pessoas transexuais e travestis, a visibilidade das questões de saúde da população LGBT deu-se a partir da década de 1980, quando o Ministério da Saúde adotou estratégias para o enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS em parceria com os movimentos sociais vinculados à defesa dos direitos de grupos gays, o qual foi posteriormente incorporando grupos com outras identidades sexuais e de gênero, particularmente as lésbicas e travestis. Em 1 de dezembro de 2011, o Ministério da Saúde instituiu, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), através da Portaria nº 2.836, um marco histórico de reconhecimento das demandas desta população em condição de vulnerabilidade.
Como trabalho numa instituição de ensino que, como tal, tem contribuído fundamentalmente para formar uma sociedade de cidadãs e cidadãos onde a educação e a saúde são entendidas como um direito de todas as pessoas e dever do Estado. E onde o conceito de educar perpassa o enfrentamento às discriminações de gênero, orientação sexual, raça e cor, se relacionando amplamente com a defesa do direito à saúde, entendendo os direitos sexuais enquanto componente fundamental da saúde.
Penso que enfrentar toda a discriminação e exclusão social implica em promover a democracia social, a laicidade do Estado e, ao mesmo tempo, exige ampliar a consciência e reforçar a importância do respeito ao outro, sem preconceito e sem discriminação, como fundamento para a humanização na promoção, proteção, atenção e no cuidado à saúde. Junho é o mês do Orgulho de ser quem se é. Viva a Diversidade. Por uma cidadania plena já!
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