domingo, 31 de julho de 2022

QUALQUER PESSOA PODE SE INFECTAR PELO VÍRUS DA VARÍOLA DOS MACACOS! Contra a estigmatização da homossexualidade, da bissexualidade e dos trabalhadores do sexo.

 

Manchete de Jornal nos anos 80

Fonte: G1


No dia 27 de julho , Tedros Adhanom Ghebreyesus,  diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselhou, que homens que fazem sexo com homens – como gays, bissexuais e trabalhadores do sexo – reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à varíola dos macacos (monkeypox). 
Embora seja uma questão de saúde urgente e prioritária, mais uma vez, como na década de 80 durante o início da epidemia de HIV/AIDS, observamos as arenas de  entrecruzamentos de discursos sobre os sujeitos contextualmente destoantes às expectativas quanto à sexualidade. Mesmo que esse discurso aparentemente se inscreva exclusivamente à tentativa de prevenção de doenças, ele também articula e produz normas, subjetividades, supostas identidades, contribuindo para o estigma e discriminação contra “Gay” e “HSH” (Homens que fazem Sexo com Homens), assim como prejudica os esforços no enfrentamento da infecção pelo vírus da varíola do macaco, já precarizado pelo governo brasileiro. Faltam campanhas, faltam vacinas, faltam pronunciamentos de autoridades públicas, etc.
É preciso denunciar discursos historicamente apontados como responsáveis pela condição de estigma, e portanto de vulnerabilidade, das experiências das homossexualidades masculinas, dos bissexuais e trabalhadores do sexo. O discurso de culpabilidade, que tanto fundamentou o pânico moral nos anos 80, volta à tona (será que em algum momento ele deixou de se fazer presente?). 

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