sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Primeiro de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a AIDS. Comunidades Liderando.



Em outubro de 1988, há 35 anos, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a AIDS.  A fita vermelha é  o símbolo universal de conscientização, apoio e solidariedade com as pessoas que vivem com HIV e uma forte simbologia para que este grupo de pessoas se façam ouvidas sobre questões importantes sobre suas vidas. No Brasil, a data serviu também como inspiração para a criação da Campanha Dezembro Vermelho, instituída pela Lei federal n° 13.504, de 07 de novembro de 2017, que conscientiza a população sobre o que é o vírus, formas de prevenção e tratamento.

No dia de hoje, 30 de novembro, o Ministério da Saúde divulgou o boletim epidemiológico sobre HIV/aids de 2023. Os dados mostram que, nos últimos 10 anos, o Brasil registrou queda de 25,5% na mortalidade por AIDS, que passou de 5,5 para 4,1 mortes por 100 mil habitantes. Contudo, em 2022, o Rio Grande do Sul continua a ter a maior mortalidade em todo o país e, neste estado, a capital Porto Alegre também lidera com quase seis vezes o coeficiente nacional.

No ano passado, foram 10.994 mortes, 8,5% a menos do que as 12.019 mortes registradas em 2012. Do total, 61,7% foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos – portanto, a doença mata mais negros do que brancos. Ainda segundo o boletim, na análise da variável raça/cor, observou-se que, até 2013, a cor de pele branca representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e, principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde 2015.

Em relação ao início da epidemia, o Brasil avançou imensamente e segue fornecendo gratuitamente, através do Sistema Único de Saúde (SUS),  tratamento precoce para os casos confirmados como  positivos, Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição para todos, todas e todes. 

O Ministério salienta que inequidades estão presentes em todos os indicadores, já que minorias e populações vulneráveis representam a maior parte das pessoas infectadas. Os dados indicam que algumas populações-chave apresentam maior prevalência do HIV. Mulheres trans e travestis representam cerca de 17% a 37% dos casos. Um dos maiores desafios da saúde pública é combater o estigma ao redor da doença.

De acordo com a UNAIDS, o mundo pode acabar com a AIDS, com as comunidades liderando o caminho. Essa é a mensagem do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS 2023.

Organizações da sociedade civil que vivem com, estão em risco de, ou são afetadas pelo HIV são a linha de frente do progresso na resposta ao HIV, porque comunidades conectam serviços de saúde pública com as pessoas, colocando-as no centro da resposta, constroem confiança, inovam, monitoram a implementação de políticas e serviços, e responsabilizam os setores provedores.



“Não acabar com a AIDS é mais caro do que acabar com ela.”

“Revogar leis que prejudicam, criar leis que capacitam.”

“Nada sobre nós sem nós.”


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