Setembro é o mês da Visibilidade Bissexual e falar de bissexualidade é uma tarefa necessária e complexa. Consideradas como ambivalentes, pessoas bissexuais são discriminadas tanto por homossexuais como por heterossexuais, devido a não atenderem exclusivamente a nenhuma das categorias. E o que está por trás disso? A heterossexualidade compulsória que regula o gênero como forma de manter a ordem heterossexual, ou seja, as práticas sexuais ditas não normais colocam em xeque a estabilidade do gênero na definição do que é ou não "normal", pois se distancia de uma rota de vida inteligível, funcionando como ameaça ao discurso identitário das sexualidades - a pessoa não pertencendo a determinado grupo exclusivo pode não ser bem controlada e configura a bissexualidade como a atuação de uma intimidação diante de sua indefinição.
A bissexualidade, como a heterossexualidade, a homossexualidade, etc. é uma construção sócio-histórico-cultural. As “práticas bissexuais” existiram durante toda a história da humanidade, como a pederastia na Grécia antiga, o shudo no Japão feudal, as relações de dominação e submissão na Roma antiga e os costumes e rituais dos povos indígenas.
Ser bissexual não é "só uma fase", não é ser promíscuo e sim uma construção identitária que subverte a tendência de definir a sexualidade com base no sexo/gênero da(s) pessoa(s) desejada(s), e que abre outras possibilidades de diversidade sexual. PESSOAS BISSEXUAIS, SEJAM FELIZES.
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