Mundialmente, o dia 8 de março é considerado o Dia Internacional das Mulheres. Um dia que surgiu no movimento operário e que se tornou um evento anual reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Redução das jornadas de trabalho, direito ao voto e salários melhores foram as pautas iniciais.
Atualmente, estamos vivendo em tempos de guerra, seja sanitária, seja político-econômica, o que tem demandado grandes esforços nos movimentos que atuam com as políticas de grupos sociais vulneráveis num cenário de injustiças sociais no qual esses grupos são constantemente sucateados e colocados literalmente à margem.
O mundo vem passando por mudanças que têm transformado a sociedade com a perda da força de muitos dos conceitos moralistas, machistas e sexistas. No Brasil, o contexto patriarcal marca a história e cultura do passado e do presente: dados mostram que a violência contra as mulheres cresceu durante a pandemia. No entanto, enquanto a violência contra a mulher negra acompanhou esse crescimento, a violência contra a mulher branca apresentou uma queda. Uma pesquisa do IPEA mostra que 61% das vítimas de feminicídio são negras, ou seja, ser mulher negra no Brasil é uma luta ainda mais árdua por identidade, por direitos, pelo lugar de fala, por sobrevivência. Como disse Lélia Gonzalez (1985): A dominação e objetificação das mulheres negras brasileiras advém de lugares social e historicamente definidos, posto que os ranços da colonização lhes apregoaram uma condição de subalternidade e o consequente sexismo.
Num momento em que as conquistas sociais estão sendo sistematicamente subtraídas e em constante ameaça de subtrações e retrocessos, é tempo de valorizar a memória de lutas de mulheres negras, visando fortalecê-las na atualidade, com o resgate histórico, partilhando conhecimentos e inspiração, rumo a uma sociedade mais igualitária, democrática e antirracista.
Tambem se faz importante lembrar das mulheres indígenas e das mulheres trans porque essas sofrem constantemente pela violência, inclusive com repercussões nas suas expectativas de vida: mulheres trans tem uma expectativa de vida de menos de 35 anos.
O racismo estrutural e estruturante adoece e mata! A transfobia adoece e mata! O patriarcado e o machismo adoecem e matam!
Vivam as Mulheres do Mundo. É tempo de celebrar, é tempo de protestar, é tempo de continuar a luta por direitos, principalmente o direito de viver livre e dignamente.
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