terça-feira, 26 de abril de 2016

INTERSEXO. NÃO À VIOLAÇÃO AO DIREITO HUMANO DAS PESSOAS INTERSEXUAIS. POSSIBILITAR AO INDIVÍDUO DECIDIR O QUE É MELHOR PARA SI.

STANDING UP FOR THE HUMAN RIGHTS OF INTERSEX PEOPLE.



"INTERSEXO" é um termo geral usado para uma variedade de condições em que uma pessoa nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual, que não parecem se encaixar nas definições típicas de sexo feminino ou masculino. 

Como exemplo, uma pessoa pode nascer parecendo ser do sexo feminino externamente ("aparência"), mas tendo a maioria de sua anatomia interna tipicamente masculina. Outras alterações onde a criança nasce com genitais ambíguos, ou seja, entre as formas típicas masculinas e femininas, podem ocorrer, como uma menina pode nascer com um clitóris visivelmente grande, considerando esses padrões típicos, ou falta uma abertura vaginal, ou um menino pode nascer com um o saco escrotal não totalmente fundido de modo que se parece mais com os lábios vaginais.


Muitas pessoas passam por um processo de designação sexual,por meio da terapia hormonal ou intervenção cirúrgica, imposta logo após seu nascimento, o que é considerado uma violação aos direitos humanos dessas pessoas interesexuais pelo exercício normatizador do poder. 

E importante reiterar que a realização de intervenções médicocirúrgicas sem que a criança tenha condições de manifestar a sua vontade devem restringir-se ao necessário para a manutenção da vida, protelando-se a decisão quanto à submissão ao processo de designação sexual até o momento em que a criança possa participar do processo decisório.

Nos casos em que seja possível adiar a cirurgia, essa conduta implicaria em manter a genitália com um aspecto diferenciado daquele dito normal, o que requer um maior comprometimento em esclarecer a situação para a criança. Informações, obviamente adequadas à compreensão da criança, são necessárias para que esta possa situar-se como pertencente a um gênero, mesmo com a aparência genital diferenciada. Vale ressaltar que a intervenção cirúrgica quando realizada precocemente, indiretamente colabora para a desinformação do sujeito, uma vez que, após a sua execução, dificilmente o assunto volta a ser abordado pela família.

Resumindo, propor intervenções escalonadas no tempo, em associação com a evolução global do sujeito, permitindo os ajustes necessários, pode constituir um cuidado ético. Ao se cogitar, e eventualmente decidir sobre o adiamento da cirurgia, fornecendo-se orientação especializada, possibilita-se ao indivíduo elaborar o que é melhor para si.

FONTES: Intersexo: o desafio da construção da identidade de gênero. Rev. SBPH v.7 n.1 Rio de Janeiro jun. 2004.
Sociedade Norte-Americana de Intersexo.

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