sexta-feira, 10 de abril de 2020

SAÚDE INDÍGENA E COVID19: Índio yanomami de 15 anos morre em Roraima após 6 dias na UTI.

Os índios Yanomami falaram da sua preocupação profunda com os garimpeiros ilegais na sua terra
© Victor Englebert/Survival
Segundo informação divulgada pelo Distrito Sanitário Especial Yanomami (Dsei-Y), em Roraima, na noite de quinta-feira (9), morreu um menino adolescente, de 15 anos, da etnia Yanomami que estava infectado pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). 

O garoto chegou ao hospital com falta de ar, dor no peito, febre e dor de garganta. O primeiro exame coletado do adolescente deu negativo para a doença, mas a confirmação saiu após a contraprova.

Este é o primeiro indígena no estado a ser diagnosticado com a Covid-19. O adolescente vivia na região da Comunidade Xirixana, região do município de Alto Alegre, ao norte do estado de Roraima. É preciso proteger os indígenas. Infelizmente o novo governo vem enfraquecendo a política indigenista, flexibilizando a proteção de áreas indígenas para permitir atividades, como a mineração. 
O bode no circo da Saúde Indígena | AXA


Não podemos nos esquecer que a principal vulnerabilidade das populações indígenas diante do novo coronavírus é a falta de acesso à saúde. A saúde indígena, sistema criado dentro do SUS (Sistema Único de Saúde) para atender a esses povos, tem poucos recursos e infraestrutura para tratar casos graves, como pode ser necessário no caso de propagação do novo vírus. Além disso, a falta de acesso à saúde também tem relação com a geografia. A maior parte das populações indígenas vive em aldeias distantes e de difícil acesso, em lugares como a floresta amazônica. Às vezes, quando é necessário o tratamento em hospital, quem vive nessas regiões leva horas ou dias para chegar ao serviço de saúde mais próximo.

Outros fatores que podem contribuir para a propagação do vírus são o fato de que os povos indígenas vivem em aldeias, em casas comunais onde compartilham utensílios para comer e beber e não permitem o isolamento entre as pessoas, e a falta de saneamento - a oferta de água de boa qualidade é muito precária na maior parte das terras indígenas o que dificulta manter os hábitos de higiene necessários para evitar a propagação do vírus.

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