© Victor Englebert/Survival |
O garoto chegou ao hospital com falta de ar, dor no peito, febre e dor de garganta. O primeiro exame coletado do adolescente deu negativo para a doença, mas a confirmação saiu após a contraprova.
Este é o primeiro indígena no estado a ser diagnosticado com a Covid-19. O adolescente vivia na região da Comunidade Xirixana, região do município de Alto Alegre, ao norte do estado de Roraima. É preciso proteger os indígenas. Infelizmente o novo governo vem enfraquecendo a política indigenista, flexibilizando a proteção de áreas indígenas para permitir atividades, como a mineração.
Não podemos nos esquecer que a principal vulnerabilidade das populações indígenas diante do novo coronavírus é a falta de acesso à saúde. A saúde indígena, sistema criado dentro do SUS (Sistema Único de Saúde) para atender a esses povos, tem poucos recursos e infraestrutura para tratar casos graves, como pode ser necessário no caso de propagação do novo vírus. Além disso, a falta de acesso à saúde também tem relação com a geografia. A maior parte das populações indígenas vive em aldeias distantes e de difícil acesso, em lugares como a floresta amazônica. Às vezes, quando é necessário o tratamento em hospital, quem vive nessas regiões leva horas ou dias para chegar ao serviço de saúde mais próximo.
Outros fatores que podem contribuir para a propagação do vírus são o fato de que os povos indígenas vivem em aldeias, em casas comunais onde compartilham utensílios para comer e beber e não permitem o isolamento entre as pessoas, e a falta de saneamento - a oferta de água de boa qualidade é muito precária na maior parte das terras indígenas o que dificulta manter os hábitos de higiene necessários para evitar a propagação do vírus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário